Cornos, covardes e impunes!


"Queria que, quando de posse de uma queixa, o delegado mandasse buscar o acusado e lhe explicasse as possíveis consequências de um ato insano, quem sabe o colocasse para dormir uma noite no xadrez"
Sidney Lopes/EM/D.A Press - 10/07/2008
Agressões e ameaças a mulheres não podem ficar impunes
O que era prática inexplicável e repudiada nas últimas décadas do século passado virou rotina… Homens que não têm seus desejos atendidos pelas mulheres que amam as matam, não antes de agredir e ameaçar. Eles contam com a impunidade, com a indiferença do nosso sistema de defesa social. É raro o caso em que um assassinato de natureza passional não foi precedido de uma queixa da vítima na polícia, que, burocraticamente, põe o documento na gaveta e espera o pior acontecer para arranjar justificativas.

Tenho insistido que não me parece a solução definitiva para evitar a violência contra a mulher a criação de uma ou algumas delegacias em um estado de 853 municípios. Creio que o ideal seria dotar todas as unidades da Polícia Civil de (pelo menos) uma agente, treinada para acolher queixas e providenciar imediata ação.

Não peço muito, sabendo das dificuldades de nossa polícia. Só queria que, quando de posse de uma queixa, o delegado mandasse buscar o acusado e lhe explicasse as possíveis consequências de um ato insano, quem sabe o colocasse para dormir uma noite no xadrez, enfim, aquele antigo procedimento de cidade do interior. Que funcionava.

Hoje, não é raro casos como aquele de São Paulo em que um cidadão com ficha suja na polícia, respondendo até por assaltos, ameaçou a ex-namorada e, embora ela tivesse pedido providências quatro vezes em dois anos, acabou assassinada, enquanto trabalhava, em uma academia.

Hoje é assim. O cidadão, por incompetência ou omissão, recebe um cartão vermelho da amada e, em vez de juntar os cacos, partir para outra, opta por matar a ex, sabedor que a lei já não é tão rigorosa e sua aplicação é sempre mais favorável a quem atira. Para quem morre, adeus!

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