CORRUPÇÃO


Prática é praga solta em todo o mundo

Victor Peña Santos - São Paulo

“Empresários brasileiros estão entre os mais corruptores do mundo. A constatação está no estudo Bribe Payers Index (Índice de Pagadores de Suborno) 2008, divulgado pela ONG Transparência Internacional. Com 7,4 de nota – pontuação inferior à média mundial de 7,8 –, o Brasil ocupa o 17º lugar. Quanto maior a pontuação para o país, menor a probabilidade de as empresas intervirem com suborno quando fazem negócios no exterior. O estudo ainda mostra que, na América Latina, 87% dos empresários acreditam que a ação dos governos na luta contra a corrupção é ineficaz, muito ineficaz ou não existe. O BPI’2008 classifica 22 países exportadores pela tendência das suas empresas subornarem no exterior. Eles são responsáveis por cerca de 75% do total do investimento estrangeiro (importações e exportações de mercadorias em todo o mundo). No Brasil, 21% dos altos executivos entrevistados disseram que as empresas brasileiras tendem a subornar funcionários públicos para ‘acelerar as coisas’. Outros 18% acreditam que a corrupção afeta muito mais o alto escalão de políticos e partidos políticos e 19% afirmam que a corrupção mais comum é a utilização de amigos ou familiares nas relações públicas para ganhar contratos, o popular ‘tráfico de influência’. A corrupção e os subornos nas transações são complexos e envolvem tanto alguém que oferece um benefício, quanto aquele que o aceita para facilitar as operações de negócio. A relação corrupta nas negociações empresariais entre os países cria uma desigualdade extrema em ambos os mercados e nas sociedades. Bélgica e Canadá dividem o primeiro lugar no BPI’2008, com um resultado de 8,8, índice que coloca as empresas belgas e canadenses como as menos suscetíveis de suborno estrangeiro. A Holanda e a Suíça compartilham o terceiro lugar no índice, cada uma com uma pontuação de 8,7. No outro extremo, está a Rússia, último classificado com uma pontuação de 5,9, logo abaixo dos outros cinco últimos países do índice: China (6,5), México (6,6), Índia (6,8) e Brasil, que divide o pódio com a Itália (7,4). Pelo que vemos hoje aqui e no mundo, está longe o dia em que estas duas palavras estarão fora do vocabulário da sociedade.”

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