Fernando Franco - Ibirité-MG.
“Euclides da Cunha, em Os sertões, alegara existir entre os brasileiros do final do século 19, grupos inferiores, profetizando que esses grupos naturalmente desapareceriam com a evolução da humanidade. Devido a isso, a sua visão determinista foi criticada por muitas gerações de intelectuais brasileiros. Na atual situação política e social em que se encontra o Brasil, os escritos de Euclides são apropriados para explicar a subserviência, a brandura escancarada da maioria da população do país diante do colapso moral que se encontra a nação. Na atual conjuntura, ou se coaduna com a roubalheira e façam-se vistas grossas à pilantragem, ou se é tido como idealista, sonhador. No meio político, o desvio de recursos em benefício próprio é notório, mas não se encontra resistência ao afano pelos órgãos que têm a obrigação de combater a corrupção.
Por que o Poder Judiciário não inibe a ocorrência de improbidade do Executivo e do Legislativo? Subjetivamente, tudo indica que os três poderes, em vez de limitar e fiscalizar um ao outro, se apropriam das benesses da administração no país. E a sociedade civil, incauta, mansa, submissa, assiste bestializada à toda a farra. Euclides da Cunha estava correto em suas considerações quanto à inferioridade de parte dos brasileiros e seus escritos são apropriados para tentar explicar a conjuntura atual do país, mas não foi feliz ao afirmar que tais grupos iriam desaparecer com o passar dos anos.”
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