Espaço aberto para novas idéias, serviços, oportunidades e muita interação. Um dos maiores aglomerados de Belo Horizonte, o Morro do Papagaio, na Região Sul, está conectado ao mundo virtual graças ao trabalho de uma equipe multidisciplinar, que reúne historiador, geógrafo, designer gráfico, jornalista, assistente social e estudantes, todos residentes no local. No último sábado, foi lançado o site
www.morrodopapagaio.org.br , pioneiro na cidade pelo seu “caráter democrático e específico”, diz o professor Juvenal Lima Gomes, de 27 anos, um dos diretores da Associação dos Universitários do Morro do Papagaio (AUM), entidade à frente da iniciativa. “Há muitas organizações não-governamentais na região que já têm o seu portal na internet, mas esse é específico da comunidade”, afirma.
A criação do site surgiu do projeto Comunidade Interligada, fundada há três anos para fazer uma ponte “entre o morro e o asfalto, mostrando a força do aglomerado, de 35 mil habitantes, sua produção cultural e programas sociais”, diz Juvenal. Outro lado que pouca gente conhece do aglomerado, afirma o professor e historiador, é o grande número de pessoas cursando faculdade e com pós-graduação. “Hoje, morando no Morro do Papagaio, há cerca de 100 universitários e mais de 40 graduados ou nos cursos de pós-graduação. O site vai trazer muitos textos de interesse da coletividade, acompanhar o desenvolvimento de projetos como o Favela Bela, para pintura das casas, apresentar os contatos dos profissionais, trazer entrevistas, colunas culturais, entrevistas e outros”, informa.
Para quem está na correria do dia-a-dia, o portal vai trazer informações preciosas sobre linhas de ônibus que atendem a região, horários do transporte coletivo, entidades que atendem os cidadãos e oferta de cursos profissionalizantes. Está programado ainda, diz Juvenal, um banco de emprego.
Mesmo com a inovação tecnológica, ainda é pequena a inclusão digital no Morro do Papagaio. E o problema não é a falta de computadores. “As empresas se negam a instalar as redes fazer a prestação de serviços, contrariando as normas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Alegam que a instalação do serviço no aglomerado não traz rentabilidade”, diz Juvenal, lembrando que é preciso mudar esta mentalidade para que todos tenham acesso.
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