Começa domingo e vai até 2 novembro o Fórum Internacional de Dança (FID), uma das mais importantes mostras brasileiras dedicadas à investigação do que se faz hoje no setor. São três programas: Território Minas, que este ano apresenta também grupos de hip-hop; Conexão internacional, que, entre outras atrações, traz a coreógrafa francesa Maguy Marin; e o Fidinho, evento pensado para crianças, que ganham, inclusive, catálogo específico. Na sua 12º edição, o evento reafirma e aprofunda o lema de 2007: “Sulreal, dança para todo mundo”.
O FID enfatiza experiências, vivências e processos que se opõem, segundo os organizadores, aos clichês estéticos, critérios de mercado, mitos e reducionismos. São 27 espetáculos, de 22 companhias, nacionais e internacionais. Na abertura, dois espetáculos voltados para as crianças: às 11h, Linguagens, com o Corpo Cidadão, no Sesiminas; e às 16h, De esconder para lembrar, com a Meia Ponta Cia. de Dança, no Espaço Cultural Ambiente.
REAÇÃO Segundo Adriana Banana, diretora artística do evento, trata-se de um conjunto de investigações e contribuição para um “saber do Sul”, em oposição a outro que vem do Norte, Categorias, que, sendo geográficas, são também políticas, culturais e econômicas. E prioridade para conhecimento autônomo, que vem da prática de vários grupos e que se coloca em oposição ao conformismo estético, à redução da arte a mercadoria, à passividade, à exclusão e ao tradicionalismo.
“Os artistas convidados foram escolhidos pela conduta ética”, afirma Adriana Banana, explicando que procurou eleger trabalhos não só a partir de critérios estéticos e formais, mas valendo-se também do entendimento dos contextos em que cada grupo opera. “Há em todos uma mesma argumentação de recusa à mesmice, a busca de pensamento autônomo. Todos parecem ainda fatigados com um formato que é criar para vender, vender, vender, como se não houvesse outras opções”, completou, contando que há, ainda, muitas queixas contra a obrigação de espetáculos inéditos, que deixa nos artistas a sensação de serem fabricantes de produtos para serem consumidos e rapidamente descartados. E defendeu atenção, inclusive em editais, à construção de repertório.
“Busquei também o estranhamento, não com a intenção de provocar atração ou repulsa, mas para provocar reflexão”, continua Adriana Banana, contando que vão estar em Belo Horizonte grupos que, se não fosse o FID, não seriam apresentados na cidade. Com relação ao Fidinho, a produtora Mônica Simões explicou que a idéia surgiu do grande número de crianças em espetáculos livres. “Colabora, ainda, com proposta de formação de público e de educação mais completa”, observou a diretora de planejamento e comunicação. Na avaliação de Carla Lobo, diretora executiva e de produção, a crise econômica trouxe dor de cabeça à organização, ainda que sob controle: se os contratos não se alteraram, houve aumento de custo porque todas as despesas são feitas em dólar.
FÓRUM INTERNACIONAL DE DANÇA De domingo a 2 de novembro, em vários teatros de Belo Horizonte. Ingressos a R$ 2 (inteira) e R$ 1 (meia-entrada) para todos os espetáculos. Informações:
www.fic.com.br ou (31) 3225-5070.
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