Janaína Cunha Melo - EM Cultura
“Esse CD está sendo construído há muito tempo. Com o Gil, conheci muita coisa nova, outras referências. Com Ganjaman, a convivência foi intensa e rica”, afirma Renegado. As gravações duraram apenas três meses, graças à pré-produção cuidadosa. “Está na hora de deixar de lado a mineirice, o receio de encarar o mundo, e entender que é possível fazer algo mais, ir adiante, dar outros passos. A música me leva por esse caminho”, diz o rapper. Autocrítico e rigoroso com o próprio trabalho, o artista do Alto Vera Cruz, apontado entre os talentos da nova geração do hip hop mineiro, defende Do Oiapoque a Nova York como um projeto bem-sucedido, por conciliar beats dançantes com o discurso sincero sobre a realidade da periferia. A lição, ele conta, foi aprendida com Ganjaman, que produziu trabalhos de ícones do rap nacional, como Sabotagem, Planet Hemp e Racionais MCs. “Estou aprendendo a me ouvir. O Ganja me mostrou outro horizonte. A música tem de ser feita com verdade, primordial no rap, mas também é preciso compreender a lógica do mercado, como tudo funciona profissionalmente”, observa Renegado. Para ele, é chegado o momento de a cultura hip hop entender a necessidade de “embrulhar melhor o conteúdo”, cuidar do acabamento. Renegado recusa a idéia de que seu trabalho assumiu formato pop. Para ele, sua música vem se tornando cada vez mais popular para se comunicar melhor com toda sociedade, sem barreiras. “No morro ou no asfalto, a intenção é quebrar fronteiras”, avisa. O disco tem duas versões: o formato simplificado custa R$ 5; o produto com acabamento sofisticado, R$ 15. RENEGADO E CONVIDADOS Lapa Multshow, Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia, (31) 3241-2074. Sexta (24/10), 22h. 2º lote: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada); 3º lote: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada). |
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