Para onde vai o grafite?

Perguntamos para alguns grafiteiros como será o futuro do grafite no Brasil e no mundo. As opiniões, todas diversas entre si, mostram que, quando o assunto é o futuro, não há certeza alguma no presente.

Ivy Farias



Mickey La Rock, grafiteira holandesa:

"O grafite faz parte da natureza humana. Desde Roma antiga as pessoas escrevem nas paredes. Eu acredito que o grafite continuará existindo e, enquanto existir latas de spray e tintas, tenho certeza que continuarão sendo usadas no grafite. Os novos estilos se desenvolverão à medida que o grafite se espalhar pelo mundo. O que acontecerá no Oriente Médio? E na Ásia? Não sei, mas o que tenho certeza é que se as pessoas não puderem pintar nas paredes, definitivamente vão arrumar outra maneira de fazer arte nas ruas."

Gustavo Pandolfo, grafiteiro da dupla osgêmeos:

"Para quem faz grafite de verdade, não há tendência, não há moda. O grafite é e continuará sendo a arte das ruas."

Trampo, grafiteiro de Porto Alegre (RS):

"Fica difícil falar em tendências, porque é uma arte muito aberta e muito livre, mas acho que o grafite pode caminhar para o 3D. Já existe gente que esculpe em ferro e madeira e solda na rua. O grafite pode ter esta caracteristíca, de sair do plano do muro para ganhar novas dimensões."

Nunca, grafiteiro de São Paulo (SP):

"Acho que a xilografia ganhará espaço no cenário urbano, eu mesmo já me arrisco um pouco com esta técnica, onde crio em uma obra em uma madeira e saio 'carimbando' por aí. Outra tendência será tirar fotos aleatórias e colar nas paredes. Enfim, as possibilidades são infinitas."

Denis Sena, grafiteiro de Salvador (BA):

"A maior tendência são os adesivos, os chamados stickers, além de toy art e brinquedos personalizados. Acho que o grafite vai muito longe, mas sem perder a essência de rua."

José Ricardo Basiches, arquiteto de São Paulo:

"O crescimento e o reconhecimento do grafite como arte já é uma tendência. Acho que o movimento tende a continuar crescendo e ser cada vez mais valorizado."

Loro Verz, professor de grafite da Escola São Paulo:

"No exterior já existem pessoas que criam projeções com laser, projetam o desenho com a luz no muro e depois acaba. Esta é uma tendência forte e que não demorá muito para chegar no Brasil."

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