Há mais eleitores analfabetos do que com ‘canudo’
Cerca de 130 milhões de brasileiros portam 'título de eleitor'
Entre eles há uma legião de 8 milhões (6,13%) de iletrados
20,4 milhões (15,6%) lêem e escrevem ‘mal e porcamente’
Somente 4,6 milhões (3,51%), concluíram o curso superior
Agência CâmaraEntre os eleitores que decidirão os rumos políticos dos municípios neste domingo (5) há 28,4 milhões sem nenhuma instrução ou com nível precário de educação formal.
Chega-se a esse número impressionante a partir da soma dos eleitores analfabetos (8 milhões) com os que lêem e escrevem "mal e porcamente" (20,4 milhões).
No topo da pirâmide educacional há escassos 4,6 milhões de eleitores com o ensino superior completo.
Somando-se os eleitores com canudo aos que entraram na universidade, mas não concluíram o curso (3,3 milhões), chega-se a 7,9 milhões de pessoas.
Em matéria de perfil educacional, o maior contingente é o de eleitores com o primeiro grau incompleto: 44,5 milhões de brasileiro (34,08% do total de votantes).
Vêm a seguir, os eleitores com ensino médio incompleto: 23,6 milhões (18,10%); os que concluíram o ensino médio: 15,8 milhões (12,20%); e os que terminaram o primeiro grau: 10,1 milhões (7,76%).
É essa massa que vai digitar nas urnas deste domingo (5) os números dos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores que darão as cartas nos 5.563 munícipios do país nos próximos quatro anos.
Do total de municípios, 936 (16,8%) são habitados por uma maioria de eleitores analfabetos ou semi-alfabetizados.
São pessoas que declararam ao TSE, na hora de obter o título de eleitor ou quando há recadastramento eleitoral, que são analfabetas ou que lêem e escrevem sem jamais ter sentado num banco de escola.
O quadro é especialmente dramático em Alagoas. Ali, os municípios com predominância de eleitores iletrados ou com baixa instrução somam 63%.
No Piauí, na Paraíba e em Pernambuco, os municípios submetidos à mesma precariedade educacional do eleitorado somam 53%.
Um eleitor de baixa escolaridade não é necessariamente um eleitor politicamente incapaz. Pode, obviamente, discernir entre os candidatos sérios e os enganadores.
Mas é inegável que o flagelo educacional brasileiro constitui terreno fértil para a proliferação da picaretagem política.
Escrito por Josias de Souza
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