Daniela Mata Machado - EM Cultura
Tizumba foi criado no meio do congado, é capitão de Guarda de Moçambique e há cerca de oito anos resolveu ensinar um pouco dessa tradição afromineira. Assim nasceu o bloco Tambor Mineiro, que logo começou a fazer festejos. A parceria gerou o disco Tambor mineiro, há dois anos. Mas ele queria mais. Com a ajuda do saxofonista Ibraim Netto, conseguiu aprimorar musicalmente alguns integrantes do bloco, dando início ao grupo formado por 13 percussionistas. “Este segundo CD é musicalmente melhor”, avalia o cantor, lembrando que o álbum conta com a presença do grupo originário do bloco que gravou o primeiro álbum. “E tem participações especiais, como a de Marina Machado, em um tilelê.” Tilelê é o canto de sílabas repetidas presente na manifestação congadeira. Embora o disco e o show não sejam religiosos – os integrantes do Tambor Mineiro não são congadeiros –, o congado e suas cores estão presentes. “Uso as imagens, as cores e os santos. E mostro alguns cânticos religiosos”, afirma ele, comparando seu trabalho ao de Milton Nascimento, que canta as igrejas barrocas, e de Gil e de Caetano, que cantam para Mãe Menininha. ![]() O repertório tem composições autorais e algumas surpresas, como a instrumental Noite de chuva, parceria inédita com o grupo Uakti feita no ritmo moçambique-serra-abaixo com melodias de marimbas e flautas. Coisa nº 4, do maestro Moacir Santos, também surpreende, entrelaçando o ritmo do congado à harmonia do trombone, do sax, do trompete e da flauta. Há também canções de domínio público – Uma reza, um lamento e 1888 – e a composição de Sérgio Pererê que dá nome ao disco, Rosário embolado. ROSÁRIO EMBOLADO Lançamento do CD de Tizumba e do Tambor Mineiro. Sexta, às 22h, no Lapa Multshow (Rua Álvares Maciel, 312, Bairro Santa Efigênia). Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada para estudantes, menores de 21 anos e maiores de 60). Informações: (31) 3241-2074. |
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