Associação de universidades critica projeto

DA REPORTAGEM LOCAL

A Andifes (associação que representa as universidades federais) informou ontem ser contrária ao projeto de reserva de vagas aprovado pela Câmara.
O principal problema apontado pela entidade é determinar um modelo único de cotas para todas as instituições federais de ensino do país.
"Cada universidade está inserida em uma realidade. É ela que deve definir qual política a adotar, se é cotas ou bônus, e os percentuais. E elas já têm feito isso", afirmou o presidente da Andifes, Amaro Lins, reitor da Universidade Federal de Pernambuco.
"Estipular os 50% pode trazer efeito negativo para o ensino superior, pois pode haver cursos em que não haja uma quantidade suficiente de alunos preparados para preencher essa reserva", disse.
O secretário-executivo da entidade, Gustavo Balduino, criticou a inclusão da fixação de um critério de renda (um salário mínimo e meio) para o preenchimento de parte das cotas. "O valor representa uma coisa em São Paulo e outra no Norte, por exemplo. Você estará atingindo públicos diferentes com a mesma lei."
A entidade afirma que tentará convencer os senadores a barrarem ou ao menos alterarem o projeto aprovado.

Modelos diferentes
Enquanto tramita o projeto de lei de cotas, as escolas têm adotado sistemas diferentes.
Na UFBA (federal da Bahia), por exemplo, 45% das vagas são reservadas a candidatos de escolas públicas. Dentro desse percentual, há três subdivisões (negros ou pardos; índio-descendentes; candidatos de qualquer etnia ou cor).
Na UFABC (federal do ABC), 50% das vagas são destinadas a alunos da escola pública.
Já na Unifesp (federal de São Paulo), são reservadas 10% das vagas a alunos de escolas públicas que se declarem negros, pardos ou indígenas.
Na UFPE (federal de Pernambuco), os alunos de escolas públicas ganham uma bonificação na nota no vestibular. (FT)

Nenhum comentário: