Cia Baobá apresenta peça sobre cultura e heranças da África


'Ancestralidade: Herança do Corpo neste sábado, em BH

Ailton Magioli - EM Cultura
aumentar fontediminuir fonteimprimir
Renata Mey/Divulgação
A Cia. Baobá de Arte Africana e Afro-brasileira faz pré-estréia amanhã e domingo em BH
Desdobramento de Quebrando o silêncio, montagem anterior da companhia, Ancestralidade: Herança do corpo, da Cia. Baobá de Arte Africana e Afro-brasileira, tem pré-estréia sábado e domingo, no Centro Cultural da UFMG e no foyer do Palácio das Artes, respectivamente, trazendo à cena manifestações culturais que são consideradas verdadeiros símbolos de resistência da comunidade afro-brasileira. Concebido pela bailarina, coreógrafa e antropóloga Júnia Bertolino, o espetáculo reúne 14 bailarinas e seis percussionistas, entre os quais o senegalês Mamour Ba e seu filho Cheikh Ba, o primeiro também responsável pela trilha e direção musical.

Veja mais fotos do espetáculo

Produto de uma série de oficinas que a Baobá vem realizando desde agosto, Ancestralidade: Herança do corpo ressalta valores da cultura africana e suas respectivas heranças no Brasil. Oralidade, ancestralidade e identidade estão representados na montagem por meio de esquetes como Ritual da graça, o abre-caminho da montagem em que as mulheres dançam com asas de borboleta em reverência ao matriarcado africano. Em Universo feminino o que está em destaque é o papel da própria mulher na comunidade, enquanto em Djembola as mesmas dançam para pedir chuva e a conseqüente fartura da colheita. Ginga do corpo presta homenagem ao mestre Pastinha e à capoeira angola. Já Dança ancestral é um momento de reverência e louvação aos orixás, enquanto Africana pretende provocar reflexões sobre a dança afro na cena contemporânea.

Além de Júnia Bertolino, estão no elenco da nova montagem da Baobá William Silva, Fred Santos, Alex Diego Tamborilar, Eric Delo, Jander Ribeiro, Evandro Nunes, Lu Santana, Lu Silva, Andréia Pereira, Gaya Dandara Campos, Gabriela Rosário, Marisa Veloso e Simone Meireles. O elenco convidado é formado por Mestre João Bosco, Ludmila Benquerer, Luciana dos Santos, Camila Rievers, Andréia Luar, Gilmara Guimarães, Núria Bispo, Daniela Vieria e Paulo PG, além dos músicos Mamour Ba e Cheikh Ba.

Preparando-se para comemorar uma década de atividades, graças à aprovação do projeto na Lei Rouanet, a Cia. Baobá conseguiu trocar os ensaios semanais, aos sábados, no coreto do Parque Municipal, pela sede de um sindicato no Bairro Floresta. Um dos maiores problemas enfrentados pela companhia é o preconceito, que impede a entrada de bailarinos no elenco. “Se para tocar já é difícil encontrar, imagina para dançar”, conta Júnia Bertolino que, por isso mesmo, acabou privilegiando a temática feminina em suas montagens. Rui Moreira, Carlinhos de Oxossi, Evandro Nunes, Mamour Ba, Mestre João Bosco e Grupo Encaixa Couro foram alguns dos convidados para ministrar as oficinas que resultaram no novo espetáculo da companhia.

Com estréia oficial agendada para 16 de dezembro, no Teatro Francisco Nunes, na pré-estréia do Centro Cultural da UFMG, Ancestralidade: Herança do corpo terá abertura feita pelo projeto Kizomba, do Terreiro Manzo Ngunzu Kaiango. Logo depois, será realizada mesa-redonda para discutir a valorização da dança afro em Belo Horizonte e o processo criativo da Cia. Baobá. Além de Júnia Bertolino estarão presentes Marlene Silva, Marcio Alexandre (Quilombo das Gerais), Rô Fatawa (Aruê das Gerais), Mameto de Inkisse Muiendê (Mãe Efigênia/Manzo Ngunzu Kaiango) Evandro Passos (Cia Bataka), Mamour Ba, João Bosco (Cia. Primitiva), Carlos Afro (Cia. Carlos Afro), Adelson Vieira Sabará (Odum Orixás), agentes e autoridades da cultura e educação.

ANCESTRALIDADE: HERANÇA DO CORPO
Apresentação do espetáculo da Cia Baobá de Arte Africana e Afro-brasileira. Sábado (29/11), às 19h30, no Centro Cultural da UFMG, Av. Santos Dumont, 174, Centro. Domingo, às 11h, no foyer do Palácio das Artes, Av. Afonso Pena, 1.537, Centro.

Nenhum comentário: