O RACISMO CONFRONTADO

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ÉRIKA NASCIMENTO DE PAULA, 29,
diz que a vida melhorou na última década. "Os negros estão estudando mais, lutando mais"


PESQUISA DATAFOLHA mostra que o racismo perdeu força no país.
Um novo levantamento repete perguntas sobre o tema feitas há 13 anos e constata que uma fatia menor de pessoas declara seu preconceito contra negros. A adesão a lugares-comuns abertamente racistas também caiu, embora parcelas significativas dos entrevistados ainda acreditem neles.
A pesquisa anterior deu origem, em 1995, ao caderno "Racismo Cordial". O ano é considerado por especialistas um momento de inflexão na forma como a sociedade brasileira lida com a questão.
Desde então, a discriminação racial ganhou presença maior na agenda de debates e políticas públicas.
Embora o preconceito "aberto" seja assumido por apenas 3% dos entrevistados, os brasileiros continuam a se ver como uma sociedade racista -para 91%, os brancos têm preconceito de cor em relação aos negros. Alguns analistas enxergam nessa contradição um indício de que parte da queda no preconceito declarado seja resultado apenas de um racismo mais "velado".
Por outro lado, mais brasileiros se "assumem" pretos e pardos, e a parcela da população que se identifica como branca caiu de 50% para 37% nesses 13 anos. Também caiu o percentual de pessoas que dizem já terem sido discriminadas por causa da própria cor -de 22% em 1995 para 16% agora.
Naquele ano, o Datafolha entrevistou 5.081 pessoas em 121 cidades do país. A atual pesquisa ouviu 2.982 pessoas em 213 municípios. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos.

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