MÃES PRECOCES


Joana Vieira - Juiz de Fora-MG

“Uma em quatro mulheres na América Latina é mãe antes dos 20 anos, segundo estudo divulgado pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O número é considerado alto pelos especialistas e foi influenciado, principalmente, pelos altos índices de gravidez na adolescência no Brasil e na Colômbia. A situação aqui teve uma leve melhora entre 1996 e 2006, mas os números ainda são altos. De acordo com um levantamento da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, do Ministério da Saúde, a cifra de mulheres que têm filhos antes dos 20 anos é de 32,8% – bem acima dos 25% da média regional. A pesquisa mostra que na América Latina há 76,2 nascimentos para cada 1 mil adolescentes com idades entre 15 e 19 anos, enquanto no resto do mundo a média é de 52,6 nascimentos por mil. No Brasil, ela é de 83 nascimentos para 1 mil adolescentes, uma melhora em relação a 1996, quando a cifra era de 86 filhos para cada 1 mil. Mas a situação no Brasil continua mais delicada do que em alguns dos países vizinhos. No Paraguai, a média é de 63 nascimentos para 1 mil jovens. No Chile, onde a média era de 80 nascimentos a cada 1 mil entre 1986 e 1996, este número caiu para 50 nascimentos a cada 1 mil adolescentes – apesar de este ter sido um dos últimos países da região a permitir campanha pelo uso de preservativo. A situação é mais crítica nos países da América Central, como Guatemala (114 nascimentos por mil) e República Dominicana, que registra o percentual mais alto – 116 a cada mil. Certo é que, se as famílias não mudarem de comportamento, educando seus filhos para a importância de viver as primeiras fases da vida discernindo direitos e deveres, para que não atropelem o tempo de estudos e dar início à fase adulta com responsabilidade, pensando em filhos apenas depois dos primeiros passos na vida profissional. Na verdade, a razão maior disso tudo há hipocrisia que campeia no país: não há educação sexual nas escolas; a maioria dos país não conversa com os filhos assuntos pertinentes à sexualidade; e o poder público não atua incisivamente na questão da paternidade responsável.”

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