'O Tribunal de Justiça está iniciando a construção de um novo prédio que deverá custar mais de R$ 300 milhões... Será que ele é mais urgente que os centros?'
| Com a bagagem de quem foi o juiz de Menores da capital por vários anos e a autoridade de desembargador, Tarcisio Martins da Costa retoma seu discurso de crítica ao Estado, segundo ele insensível em relação à questão dos menores infratores. O magistrado tem razão. Mas, será que a cobrança deve ser dirigida só ao Estado, que é algo abstrato? Ou devemos dar nome aos bois? O próprio Tarcisio, no começo dos anos 90, condenou o então governador Hélio Garcia a construir cinco centros de internação. O Tribunal de Justiça revogou a decisão e o Ministério Público inexplicavelmente não recorreu. Assim, ao mesmo tempo em que critica – com razão – o Palácio da Liberdade, o juiz deveria cobrar também dos que fazem a Justiça em Minas o verdadeiro empenho na solução da questão. A propósito, o Tribunal de Justiça está iniciando a construção de um novo prédio que deverá custar mais de R$ 300 milhões... Será que ele é mais urgente que os centros? Alguém dirá: Mas, Eduardo, uma coisa não tem nada a ver com a outra, é verba do Tribunal... E eu responderei: No fundo, no fundo, tudo é dinheiro que sai do meu bolso, do seu, caro leitor... Só um outro exemplo: o Tribunal acaba de comprar 125 novos carros novos para os desembargadores... Não daria para construir um centro novo? Na verdade, considerando que o desembargador tem o maior e melhor salário do Estado, não seria o caso de abrirem mão de veículo oficial 24 horas à disposição? Só com a economia dos veículos, dos motoristas e da gasolina, quantos centros não construiríamos todo ano? E quantos juízes não poderiam contratar para ajudar no trabalho das varas de menores? O discurso do juiz é bom. Deveria ser feito dentro do tribunal... | |
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