Esta é uma decisão inédita na categoria, mas que pode se repetir daqui para frente pois, apesar das empresas instruírem seus funcionários de cargos de liderança contra essa prática, infelizmente ainda há pessoas com esse tipo de comportamento.
"Lamentavelmente a mídia, por exemplo, apresenta o negro em cargos inexpressíveis. Os desenhos animados não tem heróis negros. E, nas empresas, o numero de chefes negros é totalmente insignificante", lembra Daniel Calazans, diretor do sindicato e membro da Comissão de Combate ao Racismo dos Metalúrgicos do ABC.
Preconceito disfarçado
Calazans garante que essa prática dos trabalhadores sofrem com preconceito no chão de fábrica é mais comum do que se imagina são atitudes sutis, além de situações mais constrangedoras, como a sofrida pelo companheiro Carlos. "O que nos resta é seguir esse exemplo de denunciar esse tipo de atitude odiosa."
Quando perguntado qual conselho daria para um companheiro que passasse pelo mesmo problema, Carlos Roberto Santos não hesita. "Ter a coragem que eu tive de enfrentar. Não vale a pena aguentar as ofensas por medo de perder o emprego. Eu mesmo, se soubesse dessa possibilidade antes, não teria esperado tanto tempo", aconselha, ao garantir que faria tudo novamente.
Recente estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que a população negra será maioria no Brasil ainda este ano e em 2010 superará a soma de brancos, indígenas e amarelos no País. "Por isso nós reivindicamos cada vez mais ações afirmativas e políticas públicas de inclusão e respeito porque sua maioria absoluta da população é negra", afirma Daniel Calazans.
O diretor do Sindicato lembra ainda que no atual governo a população afrodescendente tem conseguido o reconhecimento de seus direitos. "Mas, ainda falta muito para superar esse abismo de 502 anos de exclusão absoluta", finaliza o dirigente.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
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