Jornal chinês sai das bancas por foto da Praça Tianamen
Protestos na Praça da Paz Celestial
Os protestos ainda são tabu na China
Um jornal chinês pode ser punido por publicar uma fotografia com vítimas dos protestos da Praça da Paz Celestial, em 1989.

A foto mostra homens feridos na parte de trás de um triciclo e foi publicada nas páginas internas do Beijing News sob o título "Os Feridos", para ilustrar uma entrevista com o fotógrafo Liu Xiangcheng, autor da fotografia.

O jornal foi retirado das bancas, e parte do seu website foi bloqueada depois que a foto foi publicada.

Os protestos de estudantes da Praça da Paz Celestial e a reação violenta das autoridades contra os manifestantes ainda são um tabu na China continental.

Os livros escolares não mencionam o evento, e a imprensa nacional está proibida de publicar artigos sobre o assunto. Buscas nos principais sites por “Tiananmen”, que quer dizer “Paz Celestial” em chinês, resulta em links bloqueados.

Em 4 de junho de 1989, a liderança chinesa permitiu o uso da força para dispersar milhares de manifestantes que estavam acampados há várias semanas em frente à sede do governo, na Praça da Paz Celestial de Pequim, pressionando por mais mudanças democráticas.

A ação militar expulsou os manifestantes que se recusaram a sair, matando centenas ou até milhares de pessoas. Não há um número preciso de mortes, mas estimativas variam entre trezentos e quatro mil.

O governo comunista oficialmente classifica as demonstrações de 89 como “contra-revolucionárias” e nunca divulgou detalhes sobre o evento. Em 2005, Pequim rejeitou pedidos de dissidentes para rever a questão de Tiananmen e dar maior abertura ao debate.

O governo chinês também mantém um controle rígido sobre a mídia.

Em maio deste ano, o governo fechou uma revista que publicou um ensaio de fotos de modelos seminuas em meio aos destroços do terremoto que atingiu a província de Sichuan e deixou mais de 65 mil mortos.

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