por Eduardo Bomfim*
Quarta-feira passada o programa de televisão Observatório da Imprensa, onde jornalistas fazem um balanço da semana, debateu exaustivamente os fatos sob o ângulo da mídia. A polêmica que sacode o Supremo Tribunal Federal e outras instâncias da justiça é acompanhada atentamente pela opinião pública e como há muito não se via.
As ações da Polícia Federal são recebidas com aplausos pela população, ao mesmo tempo em que surge a preocupação com o que se define como circunstâncias que ferem o Estado de Direito Democrático.
O lúcido economista Luis Gonzaga Belluzzo, tece algumas excelentes considerações sobre o assunto na revista Carta Capital, e diz que o estado de coisas que envolvem o senhor Daniel Dantas reflete fenômenos típicos do capitalismo, mas não só, em todos os países do mundo.
Afirma Belluzzo que devemos tomar cuidado contra dois tipos de argumentos antiéticos, mas que possuem a mesma origem.
O primeiro é dos espertalhões: já que todos são corruptos, diante da geléia geral, é melhor deixar tudo como está. O segundo, parte da visão de que todos são culpados até prova em contrário.
Existe outro ponto de vista, complacente para com os excessos cometidos, que se ampara no tratamento desigual que sofre a grande maioria da sociedade brasileira, deserdada dos seus mais elementares direitos constitucionais e agredida pela violência de maus policiais.
Nesse caso, a visão é equivocada porque busca nivelar a nação através da exclusão das garantias constitucionais. Devemos lutar para que sejam assegurados os direitos constitucionais de todos os brasileiros, nunca a ausência destes.
O país apóia a eficiência dos órgãos policiais, federais ou estaduais, inclusive junto aos delitos cometidos pelos poderosos, tanto quanto a eficácia da justiça na garantia das prerrogativas de todos os cidadãos.
As autoridades e instituições republicanas, saídas do arbítrio, estão sendo testadas pelos acontecimentos e observadas, com vivo interesse e atenção, pela sabedoria do calejado povo brasileiro. Na verdade, se há uma crise, ela é de natureza benéfica e do aperfeiçoamento do Estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário