João Batista de Oliveira Rocha - Advogado |
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Um blog para discussão de temas pertinentes a Cena do Hip Hop em toda a sua abrangência como forma de Cultura e instrumento de luta e afirmação.
João Batista de Oliveira Rocha - Advogado |
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Estudo analisou hábitos das pessoas de checar e-mails |
O estudo de pesquisadores de universidades da Escócia – um matemático, uma técnica em informática, e um psicólogo – classificou os usuários em três categorias: relaxados, orientados e estressados.
Os "estressados" se sentem pressionados a responder todos os e-mails na medida em que eles chegam e não usam o correio eletrônico como um instrumento útil para a vida pessoal e para o trabalho.
Os "relaxados" olham o e-mail quando bem entendem e não se deixam pressionar por pessoas que estão distantes. Já os "orientados" sentem alguma necessidade de usar o e-mail, sempre respondem às mensagens imediatamente e esperam o mesmo das outras pessoas.
Auto-estima e controle da vida
A pesquisa foi feita com questionários respondidos por 177 pessoas – a maioria em profissões acadêmicas ou que envolvem comunicação e criatividade. Nestas atividades, que em geral requerem bastante concentração, o e-mail tem potencial para ser uma grande fonte de distração.
Entre os entrevistados, 64% disseram checar seus e-mails pelo menos uma vez por hora e 35% afirmaram que olham o correio eletrônico a cada 15 minutos. No entanto, os cientistas acreditam que a freqüência pode ser ainda maior, já que outras pesquisas mostram que muitas pessoas nem percebem mais o ato.
O estudo também analisa a influência que a auto-estima e o controle sobre a própria vida têm nos hábitos de ler e-mails, usando escalas definidas pela psicologia tradicional.
A pesquisa indica que muitas das pessoas que disseram ter pouco controle sobre a própria vida estão na categoria dos "estressados" com e-mail.
Já a baixa auto-estima é uma característica mais presente entre os "orientados", aqueles que sentem alguma pressão a olhar seus e-mails.
A pesquisa cita outro estudo feito em 2001, que mostra que, após pararem suas atividades para ler um e-mail, as pessoas demoram, em média, 1 minuto e 4 segundos para lembrar o que estavam fazendo.
"Enquanto essa contínua mudança pode parecer benéfica em termos de se conseguir administrar atividades múltiplas, aumentando assim a produtividade, o lado ruim disso é que o ritmo acelerado de trabalho pode ter efeitos negativos na saúde", diz a pesquisa dos cientistas britânicos.
"Existe muita evidência que esse ritmo acelerado está ligado ao estresse."
Mas o que me chamou a atenção em seu texto é precisamente a abordagem sobre os novos conceitos ideológicos que emergiram, ou tomaram feições mais definidas, no início deste século 21.
Ele afirma que a sociedade atual se caracteriza pela concentração de riqueza e poder, pela transformação tecnológica acelerada, instabilidade social, ansiedade e frustração individual, fundamentalismo religioso, e a fuga da realidade através das drogas pesadas.
Quer dizer, apesar do crescimento econômico as desigualdades sociais não só permanecem, mas avançam, os espetaculares avanços científicos e tecnológicos em todas as atividades humanas não beneficiam as maiorias. Proliferam duvidosos cultos religiosos, tornando-se uma tendência mundial as seitas fundamentalistas, sectárias e agressivas. Nesse quadro de confusão e perplexidade, surge o fenômeno de frustração e ansiedade dos indivíduos como uma síndrome generalizada.
Não é à toa que o jovem e falecido compositor Cazuza, com o seu reconhecido talento, disse: ideologia, eu quero uma para viver. Essa frase transformou-se em um grito de toda uma geração nos recentes anos oitenta do século passado.
Na verdade, não se trata da ausência de crenças, cultura, tradições e instituições na sociedade contemporânea, mas o caráter asfixiante e negativista, destrutivo mesmo, dos valores que compõem a estrutura ideológica dominante, difundida maciçamente através dos oligopólios de comunicação que condicionam os valores da sociedade.
Encontra-se o cidadão médio comum quase que totalmente confuso, perplexo e principalmente conformista, com a nítida sensação de impotência. Como atenuante a tanto desconforto imposto, propaga-se o endeusamento ao corpo, a sociedade do indivíduo como espetáculo. Combatem-se a cultura do saber e do espírito, a luta pelas grandes causas do seu país ou da humanidade. É a difusão da apostasia como forma de viver.
É fundamental compreender que tudo isso é transitório, fruto de uma ideologia insana do lucro. Que é essencial, e possível, lutar por elevadas aspirações humanas, pelo seu país e uma vida digna, plena de justiça social.
*Eduardo Bomfim, Advogado
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Às vésperas dos 45 anos do golpe de 1964, e cerca de 23 da redemocratização do país, alguns militares de ultra-direita ainda não entenderam o que se passou no país
27/08/2008
Editorial ed. 287
Depois do lamentável espetáculo do Clube Militar, na tarde de 7 de agosto, cuja repercussão só serviu para desabonar e expor ao ridículo seus organizadores e partícipes (além, é claro, do ministro da Defesa, doutor Nelson Jobim, que o permitiu), os setores mais renitentes da Reserva das nossas Forças Armadas passam a usar o expediente de uma associação, para prosseguir em suas arengas. Agora, é uma tal de Associação Nacional em Defesa da Democracia (ANDEC) quem surge conclamando as massas para encherem as ruas numa manifestação marcada para setembro, em São Paulo, contra a Impunidade e a Violência no país. De acordo com a entidade, eles aproveitarão “o mote utilisado (sic) para o chamamento às ruas”, e farão “duro discurso contra a desmoralização diuturna das nossas FFAAs” (sic).
O tom e os chavões da convocatória são de fazer inveja aos áureos momentos da guerra fria – tipo Guerra da Coréia ou a Crise dos Mísseis: “Chegamos ao limite do suportável (...) quando vemos a comunalha, enxovalhando e denegrindo nossas instituições, com o firme propósito de fincar essa bandeira desgraçadamente assassina, em solo brasileiro. Não (...) podemos deixar que o povo caminhe com os ouvidos tapados pelas cartilhas esquerdopatas, servindo de idiotas úteis aos interesses da camarilha”.
Há uma dificuldade em aprender com a própria experiência
Às vésperas dos 45 anos do golpe de 1964, e cerca de 23 da redemocratização do país, alguns militares de ultra-direita (especialmente os de pijama) decididamente ainda não entenderam o que se passou no país. O primeiro sintoma, neste sentido, é a idéia de que no pós-ditadura, os que a implantaram, que a geriram e garantiram, continuam “Os Vencedores”.
Nisto há algo de bufão, muito de bazófia e tudo de fanfarronice. Sobretudo quando essa insistente repetição, que soa como disco arranhado em vitrola quebrada, acontece meio à discussão da Lei de Anistia. E mais, da discussão também sobre a punição dos responsáveis pelas torturas, assassinatos e ocultações de cadáveres, durante os anos que aqueles senhores reinaram soltos, cometendo todo tipo de arbítrio e desrespeitos aos direitos humanos.
Seria necessário que esses epígonos do golpismo se dessem conta de que não existem vitórias nem derrotas definitivas. Muitas vezes, ganha-se uma batalha mais ou menos importante aqui, perde-se outra mais adiante.
Senão, como explicar, por exemplo, que são os “eternos vitoriosos” (como se imaginam) que não podem contar em público o que fizeram durante aqueles anos? que são os “eternos vitoriosos” os que morrem de medo que sejam abertos os arquivos da ditadura? que são “os eternos vitoriosos” que não podem erguer a cabeça, e olhar firme, olhos nos olhos dos filhos e netos, quando surgem as verdades sobre o passado?
Esses senhores deveriam, pelo menos, se dar conta de suas palavras e, sobretudo, da sua correspondência ou não à realidade, à objetividade factual, para não descambarem para o cômico, o grotesco – o ridículo, enfim, enxovalhando desse modo as nossas Forças Armadas e sua imagem no país e no exterior.
“O vosso tanque, meu general,
É um carro forte (...)
Mas tem um defeito,
precisa de um motorista”
Não se deram conta também, que não basta ter blindados, mísseis e submarinos nucleares e munição capazes de manter seis horas de batalha, para ganhar uma guerra. No caso desses senhores que hoje esperneiam, clamando pelos deuses e ameaçando inauditas vinganças (como se estivessem às vésperas de 64), é indispensável que entendam que, embora importante, não é suficiente ter armas: é necessário ter um programa político que dirija o golpe e, atrás de si, classes, amplos setores sociais organizados – isto é, base social. Talvez alguns deles sequer tenham se dado conta até hoje de que, usando a nova terminologia que acabam de lançar, eles sim, podem ter servido de “idiotas úteis” a um conjunto de classes que, depois de usá-los durante a ditadura (sobretudo para os papéis e tarefas mais sujos), com a redemocratização, esse mesmo conjunto de classes os abandonou à própria sorte, responsabilizando-os por uma “ditadura militar”, expressão que oculta a verdadeira natureza do regime implantado com o golpe, e os expõe (aos militares) enquanto bois-de-piranha, à execração da História.
Ou seja, seria necessário que o atual governo tivesse os inimigos que não tem, tanto em termos internos quanto no plano internacional, para que a nova aventura que parecem querer levar a cabo pudesse dar certo.
Mesmo tendo como ministro da Defesa o senhor Nelson Jobim, o atual governo é suficientemente forte em suas alianças pluriclassistas, para pouco se incomodar com tais arrufos patrioteiros do pessoal do pijama. Mas, apesar disto, não se justifica a decisão do presidente de manter em seu gabinete um ministro que, ao invés de botar ordem em seu Ministério, procura sempre se imiscuir em outras pastas, como um office-boy daqueles que deveria dirigir, em especial nas políticas do Ministério da Justiça e da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), que têm primado pela defesa intransigente da Constituição e de todo o arcabouço jurídico que conforma a atual República.
Com agência France Presse
“Se soubesse dos riscos que íamos correr, não teria feito o filme”, declarou o diretor brasileiro José Padilha, cujo filme Tropa de Elite, premiado com o Urso de Ouro do Festival de Berlim, estréia na próxima semana na França. Tropa de Elite, que desencadeou desde sua apresentação no Festival de Berlim uma avalanche de polêmicas, narra as violentas ações de homens do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro (Bope) na luta contra o tráfico de drogas nas favelas da cidade, em contraste com uma polícia regular corrupta.
Ultraviolento e com ritmo vertiginoso, o filme recebeu a maior distinção de um dos principais festivais internacionais e fez um grande sucesso no Brasil, mas sua ambigüidade também suscitou críticas ásperas. A revista Variety o classificou inclusive de "celebração da violência" e de obra "de recrutamento de feras fascistas". Críticas que o diretor brasileiro rejeita: "Vincular o meu filme ao fascismo é ignorar o sentido dessa palavra. O fascismo é um movimento político totalitário cujo objetivo é controlar o Parlamento, os meios de comunicação, a educação. A Polícia do Rio não tenta controlar tudo, sua violência tem um objetivo totalmente diferente".
"Meu filme mostra que a violência no Brasil não é o resultado de uma guerra particular entre a Polícia e os líderes do tráfico, como pode ser visto no cinema. Meu filme é entendido como uma provocação porque mostra que toda a sociedade financia o tráfico, inclusive as classes médias quando decidem consumir drogas", acrescentou.
O diretor mencionou as dificuldades que enfrentou para realizar as filmagens. "É possível rodar em uma favela controlada por traficantes (é o caso de meu filme, como também os de Fernando Meirelles ou Walter Salles) quando eles autorizam. Há duas maneiras de obter essa autorização: ir aos chefes do tráfico ou às associações de moradores", explicou, acrescentando que a última alternativa "é mais arriscada, mas pode contribuir para reduzir a influência dos traficantes".
"É preciso tentar usar os moradores nas filmagens, ajudar projetos sociais, mas não dar dinheiro vivo, porque esse dinheiro acabará nos bolsos dos traficantes": essa foi a opção de Padilha, mas o diretor desaconselha outros a seguir seus passos. "Não recomendo o meu método, já que quatro colegas foram seqüestrados durante as filmagens e nosso material foi roubado. As gravações tiveram que ser interrompidas por duas semanas, e tivemos que encontrar favelas sem tráfico de drogas para continuar rodando", contou. "Hoje, quando penso no que aconteceu me digo que se soubesse dos riscos que íamos correr não teria feito o filme", ressaltou.
E tudo não terminou aí. Quando Tropa de Elite foi concluído, o Bope "tentou impedir a sua estréia", disse. "Tivemos sorte porque a Justiça decidiu rapidamente autorizar a exibição do filme", afirmou.
O diretor reconhece que o fato de ter sido premiado em Berlim ajudou a distribuição da obra no exterior, porém o mais importante para ele foi receber "o prêmio das mãos de Costa-Gavras". "Foi simbolicamente muito importante para mim, porque Costa-Gavras é um verdadeiro herói na América Latina, ele compreende o continente, e compreende o filme", disse.
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A ação coordenada dos interesses da "bancada da comunicação" articulada a parlamentares evangélicos está identificada no artigo "Comunicação na Constituinte: a defesa de velhos interesses" [não disponível online], que publiquei no primeiro número do Caderno CEAC/UnB, ainda em agosto de 1987. Àquela época, no entanto, não estava claro que a Constituinte viria a se constituir no ponto de referência para a atuação e o crescimento de representantes das igrejas evangélicas no Congresso Nacional e, sobretudo, para o avanço significativo de diferentes denominações evangélicas como concessionárias de emissoras de rádio e televisão no país.
A participação de igrejas no sistema de comunicações e na política vem, gradativamente, merecendo a atenção de analistas e pesquisadores. A tese de doutorado defendida há pouco no Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro) pelo cientista político Valdemar Figueredo Filho, com o título "Os três poderes das redes de comunicação evangélicas: simbólico, econômico e político", é mais uma contribuição ao entendimento de parte importante das relações entre religião e mídia no nosso país.
O argumento principal do trabalho de Figueredo Filho é que "a representação política evangélica é o mesmo que representação das redes de comunicação evangélicas" e "nem mesmo os supostos valores morais comuns ao grupo religioso conseguem o grau de coesão alcançados pelos interesses relacionados à formação, manutenção e expansão de suas redes de comunicação". No contexto legal que regula a concessão, renovação e o cancelamento dos serviços públicos de rádio e televisão no Brasil, isso significa a manutenção de um tipo particular de coronelismo eletrônico, agora o evangélico.
Bases do coronelismo eletrônico evangélico
A representação evangélica no Congresso Nacional (ver Quadro 1) tem aumentado na medida em que também aumenta o percentual de evangélicos no total da população brasileira. Dados apresentados por Figueredo Filho para o ano de 2000 indicam que esse percentual já atingia 15,6% contra apenas 9%, em 1990. Em relação à representação política, no entanto, há uma diferença fundamental. Se até o fim da década de 1980 ela era composta, sobretudo, por usuários do rádio e da televisão (a chamada "igreja eletrônica"), a partir de então ela passou a ser principalmente de concessionários deste serviço público.
O levantamento realizado por Figueredo Filho, apoiado em informações da Anatel e da Abert, até março de 2006 revela que 25,18% das emissoras de rádio FM e 20,55% das AM nas capitais brasileiras são evangélicas (ver Quadros 2 e 3). Há de se notar, no entanto, que as denominações pentecostais são as que controlam o maior número de concessões, destacando-se a Igreja Universal do reino de Deus (IURD) entre as FM (24) e da Igreja Assembléia de Deus (IAD) entre as AM (9).
Em relação à televisão, além do grande número de programas evangélicos que é transmitido por emissoras de TV abertas, existem também redes cujas entidades concessionários são igrejas. E, sobretudo, existe um grande número de retransmissoras (RTVs) controladas diretamente por igrejas (Quadro 4, com dados anteriores a setembro de 2007).
A criação de uma Frente Parlamentar Evangélica (FPE), em 2003, formaliza a articulação dos interesses evangélicos no Congresso Nacional. Estes são defendidos através da participação de seus membros nas comissões de Comunicação tanto na Câmara quanto no Senado e nas votações das proposições legislativas em plenário.
Fundada por iniciativa do deputado Adelor Vieira (PMDB-SC), membro da IAD, a FPE é atualmente presidia pelo deputado pastor Manoel Ferreira (PTB-RJ), principal líder da IAD da Convenção Madureira. O Quadro 5, organizado por Figueredo Filho, mostra a composição atual da FPE.
Serviço público ou proselitismo religioso?
A tese de Figueredo Filho demonstra que, a exemplo do que ocorre também em relação às outorgas de rádios comunitárias [ver, neste Observatório, "Rádio comunitárias – Coronelismo eletrônico de novo tipo"], número expressivo das concessionárias das emissoras de rádio e televisão (aberta) e RTVs está vinculado a entidades religiosas. E mais ainda: seus representantes são atores políticos que atuam de forma articulada no Congresso Nacional nas questões referentes às políticas públicas de comunicação e na formação, manutenção e ampliação da suas redes de rádio e televisão.
Obviamente os evangélicos não são o único grupo religioso concessionário do serviço público de radiodifusão. E a utilização de concessões públicas não é a única forma de atuação de grupos religiosos na mídia.
A questão que precisa ser discutida, no entanto, é se um serviço público que, por sua própria natureza, deve estar "a serviço" de toda a população pode continuar a atender interesses particulares de qualquer natureza – inclusive ou, sobretudo, religiosos.
*Venicio A. de Lima, Pesquisador sênior do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política da Universidade de Brasília. Autor/organizador, entre outros, de ''A mídia nas eleições de 2006'' Editora Fundação Perseu Abramo - 2007
Walter Sebastião |
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Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que fatores sociais são os grandes responsáveis por variações severas de saúde e expectativa de vida das populações. Após três anos de investigações sobre as “determinantes sociais” da saúde, os especialistas concluíram que “injustiça social está matando pessoas em grande escala”.
Mostras disso seriam as diferentes expectativas de vida de habitantes de regiões próximas fisicamente, porém distantes economicamente. Um exemplo: espera-se que um garoto dos subúrbios de Londres viva 11 anos a menos do que um menino da mesma idade de um bairro nobre. Outra expectativa retirada da pesquisa: uma menina de Losotho, na África, deve viver 42 anos menos do que uma japonesa. Ou ainda: a chance de uma mulher morrer durante a gravidez ou parto é de 1 em 17.400 na Suécia e 1 em 8 no Afeganistão.
Os especialistas da OMS concluíram que, em quase todos os países, circunstâncias pobres equivalem a condições de saúde ruins. As diferenças encontradas foram tão marcantes que fatores genéticos e biológicos foram descartados, pois não poderiam explicar a relação.
“A combinação nociva de práticas, economias e políticas ruins é, em grande medida, responsável pelo fato da maioria das pessoas no mundo não gozarem de boa saúde”, afirma o estudo. O texto diz ainda que seria possível reverter o quadro em um período relativamente curto, bastando para isso que seriam necessárias correções severas.
“A mensagem central do relatório é que as circunstâncias em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem são fundamentais para a saúde”, comentou Michael Marmot, coordenador da Comissão de Determinantes Sociais da Saúde, da OMS, segundo reportagem da rede britânica BBC publicada nesta quinta-feira. “Temos apostado demais em intervenções médicas como forma de aumentar a expectativa de vida. Uma maneira mais eficiente de tratar disso seria fazer do acesso igualitário à saúde um parâmetro para a avaliação dos governos”.
O relatório aponta algumas questões-chave para combater o problema. Entre elas, estão educação, moradia, alimentação e seguridade social. Ele também diz que os governos deveriam garantir um rendimento mínimo necessário à sobrevivência de seus cidadãos.
Sérgio Rodrigo Reis |
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Glória Tupinambás |
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