Injustiça social mata pessoas’, diz OMS

Qualidade de vida

Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que fatores sociais são os grandes responsáveis por variações severas de saúde e expectativa de vida das populações. Após três anos de investigações sobre as “determinantes sociais” da saúde, os especialistas concluíram que “injustiça social está matando pessoas em grande escala”.

Mostras disso seriam as diferentes expectativas de vida de habitantes de regiões próximas fisicamente, porém distantes economicamente. Um exemplo: espera-se que um garoto dos subúrbios de Londres viva 11 anos a menos do que um menino da mesma idade de um bairro nobre. Outra expectativa retirada da pesquisa: uma menina de Losotho, na África, deve viver 42 anos menos do que uma japonesa. Ou ainda: a chance de uma mulher morrer durante a gravidez ou parto é de 1 em 17.400 na Suécia e 1 em 8 no Afeganistão.

Os especialistas da OMS concluíram que, em quase todos os países, circunstâncias pobres equivalem a condições de saúde ruins. As diferenças encontradas foram tão marcantes que fatores genéticos e biológicos foram descartados, pois não poderiam explicar a relação.

“A combinação nociva de práticas, economias e políticas ruins é, em grande medida, responsável pelo fato da maioria das pessoas no mundo não gozarem de boa saúde”, afirma o estudo. O texto diz ainda que seria possível reverter o quadro em um período relativamente curto, bastando para isso que seriam necessárias correções severas.

“A mensagem central do relatório é que as circunstâncias em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem são fundamentais para a saúde”, comentou Michael Marmot, coordenador da Comissão de Determinantes Sociais da Saúde, da OMS, segundo reportagem da rede britânica BBC publicada nesta quinta-feira. “Temos apostado demais em intervenções médicas como forma de aumentar a expectativa de vida. Uma maneira mais eficiente de tratar disso seria fazer do acesso igualitário à saúde um parâmetro para a avaliação dos governos”.

O relatório aponta algumas questões-chave para combater o problema. Entre elas, estão educação, moradia, alimentação e seguridade social. Ele também diz que os governos deveriam garantir um rendimento mínimo necessário à sobrevivência de seus cidadãos.

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