Corações urbanos
Belo Horizonte recebe na Serraria Souza Pinto a 1ª Bienal Internacional de Grafite
Fotos: Beto Novaes/EM/D.A Press



“O bonito do grafite é poder
expressar o sentimento da
maneira que você
quiser, poder pintar com os
amigos. Alguns têm mensagens
políticas, de protesto. A
minha é: ‘Espalhar amor e
energia positiva no mundo’”

Waleska Nomura (SP)


Quem for amanhã à Serraria Souza Pinho, o amplo espaço cultural situado bem debaixo do viaduto de Santa Tereza, deve se prepara para curtir o que talvez seja a mais contundente mostra de arte já realizada na capital de Minas Gerais, a 1ª Bienal Internacional de Grafite de Belo Horizonte. São dezenas de obras monumentais, vibrantes, de batimento urbano e impactante força visual. Realizadas, basicamente, esta semana, especialmente para o evento, por artistas brasileiros e de outros países. Gente com nomes que parecem de DJs – Hyper, Acme, Lance, Dninja, Trampo entre outros, que pinta tanto sozinha quanto em duplas e equipes. E por diversão – adoram arte como gostam de hip-hop e skate, por sinal, berços também da manifestação que abraçaram. E que, de spray na mão, realizaram uma façanha: levaram a pintura para as ruas, fazendo com que seja de todos a arte que era de poucos.

“É gente de talento, que não vem de elites econômicas, culturais ou religiosas, mas das periferias abandonadas e que, rompendo estruturas acadêmicas, correndo o risco de ser tido como marginal, está fazendo arte com soluções estéticas extremamente novas e com conteúdo ético”, afirma Rui Santana, artista plástico, curador e idealizador da bienal. Há mais de uma década, ele anda às voltas com oficinas e divulgação do pessoal que conheceu por meio do projeto Arena da Cultura. A programação principal é formada por quatro mostras: Módulo histórico, história do grafite desde a pré-história até os dias de hoje; Diálogos híbridos, obras que são produto de parceria entre artistas acadêmicos e grafiteiros; A grande arte, o grafite como arte contemporânea; e Arte de rua, objetos e derivações, grafites sobre carros, camas, máquinas, objetos eletrônicos etc.

O evento reúne artistas do mundo inteiro.

A programação do evento é ampla. Para quem quer conhecer melhor o universo de onde emerge o grafite, Rui Santana recomenda duas palestras: “Arte marginal e nova estética” e “O grafite como identidade do século 20 e 21. E tem, todas os dias, shows com muitos artistas interessantes”, conta Rui Santana.

1º BIENAL INTERNACIONAL DE GRFITE DE BELO HORIZONTE

AMANHÃ, a partir das 16h, na Serraria Souza Pinto, Av. Assis Chateaubriand, 809, Floresta. Até dia 7 de setembro, das 9h à meia-noite. Entrada franca. Informações: www.bigbh.com.br.

SHOWS – Amanhã, 21h, Renegado, Aline Calixto, DJ Spider e VJ Natan; domingo, 18h, Titios do Samba, Julgamento, DJ Yuga/VJ Gtonsegunda; dia 1º/9, 20h30, Negras Ativas, Nós Pega e Faz; dia 2/9, 20h30, Coletivo Dinamite, DejaVuh; dia 3/9, 20h30, Retrato Radical, Quarteirão do Soul; dia 4/9, 20h30, Casa B, LealSoundSystem, VJ Natan; dia 5/9, 20h30, Duelo de MC’s, Black Sonora, VJ Gton; dia 6/0, 21h, Manolos Funk, Júlia Ribas e DJ Renatito, DJ Fausto / VJ Natan; Dia 7/9, 18h, E2, U-Gueto, DJ Alex C/VJ Gton.

SEMINÁRIOS – O novo muralismo e suas abordagens históricas, dia 1º/9; Criatividade, grafite e cidadania, dia 2/9; Grafite, design, publicidade e arquitetura, dia 3/9; Grafite como identidade do século 20 e 21, dia 4/9; Vandalismo, arte marginal ou nova estética?, dia 5/9. Mesas-redondas sempre às 16h.

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