Do que somos capazes


'O que dizer de um avô e pai que tramaram a morte da neta e filha só porque são ricos demais e julgam desnecessário dividir a fortuna com uma "desconhecida"?'
Nada consegue assustar mais o ser humano do que ele próprio. Para o bem e para o mal. Vejamos as notícias do mundo dos esportes, especialmente em tempos de Olimpíadas: a cada prova, um novo recorde. Parece que homens e mulheres não conhecem limites para seus corpos turbinados com recursos tecnológicos, que se multiplicam a cada minuto. Do outro lado, o que dizer de um avô e pai que tramaram a morte da neta e filha só porque são ricos demais e julgam desnecessário dividir a fortuna com uma “desconhecida”?

O empresário Renato Gremberckly Archilla, de 49 anos, e o pai dele, Nicolau Archilla Galan, de 81, foram presos em sua mansão, emregião nobre de São Paulo, acusados de encomendar a morte da publicitária Renata Guimarães Archilla, em dezembro de 2001. O promotor Roberto Tardeli disse que Renata é filha de Renato e conseguiu na Justiça o reconhecimento, depois de um processo que levou 10 anos e incluiu exames de DNA.

Se a decisão de matar Renata foi cruel, a mecânica do crime é ainda mais inacreditável: em 17 de dezembro de 2001, Renata parou com seu carro num semáforo e viu aproximar um homem vestido de Papai Noel, que, aparentemente, vendia balas. Mas, na verdade, era um policial militar que disparou três vezes contra o rosto dela. O policial já foi expulso da PM paulista e condenado a mais de 13 anos de prisão.

Quando a gente fica sabendo de uma doideira dessas, não há como esquecer que Lily Safra acaba de vender uma casa em balneário famoso da Europa pelo equivalente a R$ l,2 bilhão. Ela é viúva de um banqueiro. Ou seja, mesmo com uma casa nesse valor, ele morreu. Ou seja, vovô Nicolau e papai Renato precisam aprender que caixão não tem gaveta.

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